É uma das queixas mais comuns nos consultórios pediátricos. Antigamente conhecida como “dor do crescimento”, embora não foi demonstrada nenhuma relação com o crescimento linear da criança. Acomete igualmente meninos e meninas entre 4 e 10 anos de idade. Caracteriza-se por dor difusa nas panturrilhas (bilateral), atrás dos joelhos, de intensidade leve a moderada, que na grande maioria das vezes cede com massagem local. Geralmente os pais relatam a dor no final da tarde em dias de maior atividade física. Pode vir acompanhada de despertar noturno. A criança não apresenta artrite ao exame físico. Os exames de sangue solicitados, principalmente hemograma e provas de atividade inflamatória (VHS e PCR) são normais. Exames de imagem não são necessários. Como parte do tratamento é necessário tranquilizar os pais e explicar a natureza benigna da dor, sem nenhum componente orgânico, ou seja, ausência de infecção, neoplasia e doença reumatológica.
Algumas crianças podem apresentar associado ao quadro de dor musculoesquelética, hipermobilidade articular (HM) caracterizada pelo aumento da flexibilidade da articulação. A HM pode ser generalizada ou localizada. A dor geralmente acontece após atividade física. Nesses casos, faz-se necessário fisioterapia para fortalecer a musculatura próxima da articulação. As crianças devem ser orientadas a praticarem esportes do seu interesse. Em alguns casos deve-se evitar esportes com alto impacto.